A origem do nome Pato Branco

Durante a primeira década do século XX, na Fazenda São Francisco de Sales, atualmente parte dos municípios de Mariópolis e Clevelândia, estabeleceram-se no Sudoeste do Paraná as primeiras famílias vindas do Rio Grande do Sul. Uma dessas famílias, fugindo de perseguições políticas, era liderada por João Arruda, um dos pioneiros gaúchos na região.

Arruda foi responsável pelas primeiras roças às margens do Rio Chopin. Ele também nomeou um dos afluentes do Rio Chopin como Pato Branco, após abater um pato selvagem de plumagem branca nas margens desse rio. Assim, o rio que futuramente emprestaria seu nome ao município de Pato Branco foi batizado.

Em 1918, o governo do Paraná criou a Colônia Bom Retiro para acolher aqueles descontentes com a decisão sobre o Contestado, pessoas que, entre outros motivos, não aceitavam morar nas terras que passaram a pertencer a Santa Catarina.

Na Colônia Bom Retiro destacaram-se inicialmente duas vilas: Bom Retiro e Vila Nova. Vila Nova situava-se às margens do Rio Ligeiro e Bom Retiro às margens do Rio Pato Branco. Com a prosperidade da nova região, muitos moradores de Palmas e Clevelândia mudaram-se para as vilas, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento local.

Na década de 1930, devido ao crescimento da região Sudoeste do Paraná, o governo federal criou uma linha telegráfica de Ponta Grossa até Barracão, passando por Guarapuava e Clevelândia. Entre Clevelândia e Barracão foram criados dois postos de telégrafo, um deles em Bom Retiro, conhecido como Posto do Rio Pato Branco.

No entanto, havia um problema: os moradores de Vila Nova, principais usuários do telégrafo, levavam meio dia a cavalo para chegar ao posto de Bom Retiro. Em 1938, o juiz de paz Manoel Branco resolveu o impasse, conseguindo levar uma linha de telégrafo para Vila Nova, onde residia há mais de um ano.

O ramal trouxe consigo a expressão “Pato Branco”, pois o telégrafo de Vila Nova continuou sendo identificado como Posto do Rio Pato Branco. Os operadores sempre usavam esse nome ao se corresponder com outras localidades. Logo, as demais cidades do estado passaram a conhecer a região como Pato Branco, promovendo a mudança de nome do distrito.

A partir de 1938, os cartórios começaram a oficializar gradualmente o nome “Pato Branco”. Registros mostram uma transição por nomes como: Vila Nova de Pato Branco, Vila de Pato Branco – ex-Bom Retiro, Distrito de Pato Branco – ex-Bom Retiro, Distrito de Pato Branco, e finalmente Pato Branco. Quando o município se desmembrou de Clevelândia, já era conhecido como Pato Branco há pelo menos uma década.

Referência: Luiz Fernando Cardoso e Sitilo Voltolini (autor do livro “Retorno”).